sábado, 15 de junho de 2013

Fera Agredida


















BESTIALIDADE

As vezes o fel brota de suas angústias
E escorre para sua boca.
Explode com um grande uivo,
Derramando violentamente palavras e dor.
Um fel destilado por anos de safras ricas
Em quedas e mentiras.
Espalha o sufocante e fétido hálito do ódio,
Que contamina tudo que é belo
E destrói uma última esperança de felicidade.
Essa névoa escura se aproxima e envolve
Congelando as ações.
Paralisando o pensamento
E aprisionando a razão,
Em grades forjadas no inferno.
O instinto comanda
E ele quer matar, usurpar, destruir.
Transformar o homem em fera,
Que ferida, ataca
Sem remorso.
A fúria arrasa o corpo
Que não mais esconde
A alma doente e fraca.
A tormenta passa,
Levando parte de uma humanidade destruída,
Em um turbilhão de ilusões
Que estão perdidas,
Em algum lugar desta vida,
Desolada e esquecida.

CARLOS MEDEIROS

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