domingo, 7 de novembro de 2010

Fome de Quê?























SOCIEDADE ANTROPOFÁGICA




No início devoramos alguns europeus.
E outros fugiram a espalhar,
Que encontrar um povo sem Deus,
Nas terras de além-mar.

Até hoje nos devoramos,
Em rituais de atos e palavras.
Com nossas formas nos deliciamos.
Enquanto eles devoram nossas mascaras.

Eu te devoro,
Tu me devoras,
Ela o devora,
E nós, devoramos a todos.

Somos eternos famintos.
Fome de igualdade,
Fome de justiça,
Fome de comida, mas...

Nos fartamos de egoísmo,
Nos empanturramos de orgulho,
Nos saturamos de falso heroísmo.
Para depois vomitarmos o nosso cinismo.

Roemos até o osso,
De uma sociedade destruída.
Com lama até o pescoço,
Procurando migalhas apodrecidas.

Devoramos nosso mundo.
Não dividimos nada.
Pois tudo que caído chega ao fundo,
É alimento que engorda e mata.

CARLOS MEDEIROS

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