domingo, 28 de fevereiro de 2010

Transformou-se em ódio...






















MEU ERRO

Sabe moça,
Isso tudo um dia acaba.
E não é preciso muita força.
E espero que disso você saiba.


Era a covardia que nos unia.
A rotina nos deixava sem ação.
O medo da solidão não permitia,
Fugirmos desta falsa paixão.


Bastava querer a verdade,
Não precisava esconder ou mentir.
Em seu silêncio já ecoava a ansiedade,
De quem a muito desejava partir.


Era eu o egoísta.
Cego, temia caminhar só.
Surdo aos seus gritos de basta.
Incapaz de desatar esse nó.


Sua presença era imposição.
Um vício que lentamente me consumia.
Era como fogo ardendo em meu coração.
Febre alta em alma doentia.


Sabe moça,
Me enganei no que sentia.
Deixei tudo terminar em dor.
Me perdi pelo caminho que seguia.
Errei o rumo do verdadeiro amor.

CARLOS MEDEIROS

Harmonia Divina























O HOMEM E A MULHER


O homem é a mais elevada das criaturas;
a mulher, o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono;
para a mulher fez um altar.
O trono exalta e o altar santifica.


O homem é cérebro; a mulher, coração.
O cérebro produz a luz;
o coração produz amor.
A luz fecunda; o amor ressuscita.


O homem é o gênio,
a mulher o anjo.
O gênio é imensurável;
o anjo é indefinível.


A aspiração do homem é a suprema gloria;
a aspiração da mulher é a virtude extrema.
A gloria promove a grandeza
e a virtude, a divindade.


O homem tem a supremacia;
a mulher, a preferência.
A supremacia significa forca;
a preferência representa o direito.


O homem é forte pela razão;
a mulher invencível pelas lágrimas.
A razão convence
e as lágrimas comovem.


O homem é capaz de todos os heroísmos;
a mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece
e o martírio purifica.


O homem pensa
e a mulher sonha.
Pensar é ter uma palavra no cérebro;
sonhar é ter na fronte uma aureola.


O homem é a águia que voa;
a mulher, o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço
e cantar é conquistar a alma.


Enfim o homem esta colocado onde termina a terra;
a mulher, onde começa o céu.

VICTOR HUGO

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Em Separação

ADEUS



E você se foi...
Levou consigo meus livros.
Ficou contigo meus discos.
Deixou comigo um retrato.
Onde a lembrança,
Caminha de mãos dadas com você.
Tempos felizes,
Momentos alegres,
Lágrimas derradeiras.
Uma esperança perdida,
Um sonho abortado.
E encerrado num melancólico,
E triste adeus.

Carlos Medeiros

Frivolidades

Erro


Erro é teu. amei-te um dia
com esse amor passageiro
que nasce na fantasia
e não chega ao coração;
não foi amor, foi apenas
uma ligeira impressão;
um querer indiferente,
em tua presença, vivo,
morto, se estavas ausente;
e, se ora me vês esquivo,
se, como outrora, não vês
meus incensos de poeta
ir eu queimar a teus pés
é que — como obra de um dia,
passou-me esta fantasia.
para eu amar-te, devias
outra ser e não como eras.
tuas frívolas quimeras,
teu vão amor de ti mesma.
essa pêndula gelada
que chamavas coração,
eram bem fracos liames
para que a alma enamorada
me conseguissem prender;
foram baldados tentames,
saiu contra ti o azar,
e, embora pouca, perdeste
a glória de me arrastar
ao teu carro… vãs quimeras!
para eu amar-te devias
outra ser e não como eras…

Machado de Assis

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Amarga Ausência



     Em alguns momentos de nossas vidas o silêncio é sábio remédio. Estacionamos em lugar de difícil acesso e depois esquecemos como nos encontrar. Sinais de alerta bradam por todos os lados, mas a falta de um real desejo te adormece. Imerso em conjecturas irreais, pondera-se o impossível, o inexato, o inalcansável. Então gira-se em um sistema sem saídas onde a luz se converte em escuridão. Tudo vira passado, sem futuro e o presente é ausência. Mas ainda bem que isso pertence a certos momentos, e a guerra que se trava dentro de nossa alma encontra a vitória no bem. Então o futuro renasce em glória, reascendendo a força que havia se perdido. Estou de volta... Graças a Deus!!